Fonte da notícia e da imagem: G1 Pará
Primeiros laudos, apresentados em coletiva, contradizem tese de que houve confronto entre policiais e trabalhadores rurais. Governo diz que laudos ainda são inconclusivos e aguarda a conclusão do inquérito
“Em nenhum dos coletes foram constatados impactos de projétil de armas de fogo”, disse o diretor do Centro de Perícias científicas Renato Chaves, Orlando Salgado Gouveia, sobre os equipamentos usados pelos policiais envolvidos na operação que resultou na morte de 10 pessoas em Pau D’arco, sudeste do Pará, em 24 de maio.
A informação foi divulgada durante uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (14), que apresentou os resultados dos exames de local de crime sem cadáver, laudos necroscópicos, laudos dos coletes balísticos, laudos de dano ao patrimonio da fazenda, laudo de danos e identificação veicular de 11 veículos que estavam na propriedade.
Ainda estão faltando os laudos de balística de 53 armas de fogo, que podem ajudar a identificar os autores dos disparos que causaram a morte das 10 vítimas da chacina, das quais, segundo o C, 9 morreram com dois ou mais tiros frontas. Apenas Jane Jane Julia de Oliveira, foi morta com um tiro lateral.
Governo diz que resultados são inconclusivos
Para o governo do Pará, os laudos apresentados nesta quarta, por si só, não ajudam a entender o que ocorreu na fazenda. Todos os exames servem como “conjunto probatório”, que incluirá depoimentos e reconstituição, para que o inquérito policial seja concluído.
O que se sabe é que 10 pessoas foram mortas durante a ação policial que tinha como objetivo o cumprimento de mandados de prisão de pessoas suspeitas de envolvimento na morte de um segurança. Segundo as famílias eles foram executados. Na época a Secretaria de Segurança Pública do Pará disse que as mortes foram em um confronto com a polícia, mas na coletiva desta quarta o discurso oficial foi outro.

“A Segup nunca afirmou que havia tido confronto”, disse o Secretário de Segurança Jeannot Jansen, contradizendo a nota oficial divulgada pelo governo na agência de notícias do estado no dia 24 de maio.
“Os primeiros relatórios que recebemos dos agentes do estado que lá estavam foi que tinha havido confronto, e é o que nos foi reado. Já na segunda entrevista nós fomos mais cautelosos, que é como estamos procurando equilíbrio, afirmar isso de acordo com a investigação. Nós permanecemos da mesma forma, que essas peças hoje concluídas sejam colocadas com outros elementos e que continuem as investigações”, concluiu o secretário.